Operação do MP prende prefeito, secretários e vereadores de Vila Flor
O Ministério Público do Rio Grande do Norte deflagrou mais uma operação no início da manhã desta segunda-feira (19). Desta vez, os promotores colocaram em prática a Operação Mensalão da Vila, após investigações sobre o pagamento de vantagem ilícita mais popularmente conhecida por mensalão no município de Vila Flor, uma das menores cidades do Estado, situada no Litoral Sul, distante pouco mais de 70 quilômetros da Capital.
A Operação iniciada nas primeiras horas do dia, capitaneada pela Assessoria Jurídica Judicial da Procuradoria-Geral de Justiça e pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO), mobilizou 22 Promotores de Justiça, em parceria com a Polícia Militar, e deu cumprimento a 19 mandados de buscas e apreensões, bem como a nove mandados de prisões preventivas de pessoas supostamente envolvidas em crimes de corrupção e contra a administração pública.
Os mandados foram expedidos pelo Desembargador Dilermando Mota. De acordo com o Ministério Público Estadual foram presos preventivamente por ordens judiciais: o prefeito de Vila Flor Grinaldo Joaquim de Souza; o ex-secretário municipal de Administração Antônio Ivanaldo de Oliveira; o secretário de Obras do município João Felipe de Oliveira; o presidente da Câmara Municipal Pedro Francisco da Silva; e os vereadores Irinaldo da Silva, Ronildo Luiz da Silva, Ailton Passos de Medeiros, Vidalmir Santos Brito e Magno Douglas Pontes de Oliveira.
Após cinco meses de investigação e contando com a efetiva colaboração do vereador Floriano Felinto, o Ministério Público conseguiu descortinar um esquema amplo de pagamento de vantagens indevidas a grande parte dos vereadores do Município de Vila Flor e promessa de vantagens indevidas, tudo isso pela troca de apoio político em detrimento do exercício da atividade parlamentar.
O mensalão vinha sendo pago a maioria dos vereadores de Vila Flor para que eles aprovassem os projetos de interesse do Chefe do Executivo e, entre outras coisas, não exerçam atribuição fiscalizatória aos atos do prefeito. A propina incluía valor mensal em dinheiro, bem como a distribuição de outros benefícios, como o fornecimento de combustível, e até mesmo a oferta de empregos na Prefeitura eram benesses patrocinadas com recursos provenientes do erário municipal de Vila Flor.
O desembargador Dilermando Mota indeferiu o pedido de levantamento do segredo de justiça da investigação, mas liberou, exclusivamente, a presente divulgação com os vídeos encaminhados anexo.
O Ministério Público informou que, a partir de agora, vai analisar o material recolhido nas buscas e apreensões e, em tempo hábil, procederá o oferecimento da denúncia acerca dos fatos delituosos investigados. Mesmo estando em segredo de Justiça, o MP recebeu autorização do Poder Judiciário para divulgar vídeos que comprovam o esquema criminoso.
Foram divulgados oito vídeos que mostram conversas do prefeito Grinaldo Joaquim com alguns vereadores, inclusive, pagando valores como R$ 1 mil em espécie. Além disso, o prefeito é filmado negociando vantagens para os secretários e parlamentares, como cargo de professor do município.
Fonte: portalbo
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